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terça-feira, setembro 25, 2012

Carolina



Cap 12 da Web

Carolina.
Esse era o nome da anjinha da guarda que ajudou Alice naquele e em tantos outros dias.

Depois que fugi, acabei desmaiando em frente ao mercado da família de Carol, uma garota de ouro. Com um coração maravilhoso e que me ensinou a sorrir e a viver. Foi com ela que aprendi palavras novas, e por causa dela, eu consegui vencer meus problemas, como as drogas.
Quando a vi naquele dia, eu não tive tempo de olhar direito para ela, apenas olhei teus olhos e fechei os meus. Fiquei alguns minutos desacordada, o suficiente para entrar no mercado deles e evitar ser encontrada na rua pelo meu tio.Fiquei desacordada tempo suficiente para ela chamar seus pais e me levarem para dentro do mercado, e acordei antes que eles tivessem tempo de me levar ao hospital ou chamar uma ambulância. Se isso tivesse acontecido, talvez eu não pudesse hoje, escrever minha história.
Acordei e levantei tão rápido que quase desmaiei novamente. Carol me deitou em um sofá e ficou falando comigo, me acalmando. Seu pai não estava na sala, e sua mãe procurava roupas para me vestir. Depois que me ajudaram a entrar em um vestido amarelo, chamaram seu Joaquim, o pai de Carol e marido de dona Joana. Ele foi um pouco estúpido comigo, perguntou se eu estava bem, mas, deixando claro que não me queria ali.
Eu respondi que estava melhor e agradeci pela ajuda e por terem me vestido. Mal terminei de falar e comecei a chorar. Já fazia anos que tinha aprendido a controlar o choro, mas, ali, me senti indefesa, não como se eles pudessem me abusar, mas, de forma que eu dependia deles, pois, precisava de ajuda e não parecia que iria conseguir.
Dona joana sentou se perto de mim e segurando minhas mãos, foi me perguntando meu nome, e o que eu fazia aquela hora na rua. Já estava quase amanhecendo. Respondi que me chamava Alice e que estava fugindo de uma casa onde me maltratavam. Não poderia dizer muito mais que isso naquele momento, pois, eu não podia confiar muito em alguém, e se fossem parentes dele, ou se o pai de Carol participasse das festas? Não teria como eu saber em poucos minutos.
Seu Joaquim perguntou se eu era garota de programa, e eu disse que não. Ele então perguntou porque eu estava nua, e eu caí novamente no choro. Sua esposa o chamou a atenção e o levou para fora da sala, então, Carol ficou ali, me olhando chorar. Quando voltaram, perguntaram se eu estava com fome, e me deram um pão com leite para comer, depois, trouxeram mais leite e dona Joana me perguntou se eu estava machucada.
Fiquei em silêncio, e ela disse que me levariam ao hospital, assim que seus outros dois filhos chegassem para abrir o mercado e ficar ali enquanto eles me acompanhavam. Eu dei um grito e implorei para não me levarem ao hospital, eu tinha muito medo de ser costurada novamente ou pior, do médico que me costurava estar lá naquele momento e avisar meu tio de onde eu estava.
Pedi que me deixassem ir embora e disseram que não poderiam me abandonar sozinha na rua, que eu estava muito magra e que precisava de cuidados médicos. Eu disse que sim, concordava, mas, que não poderia ir á hospitais. Então, Carol me perguntou se eu aceitava dormir um pouco, e eu disse que tinha medo de meu tio me encontrar. Ela então prometeu que não sairia do meu lado, e eu aceitei. Estava muito fraca e cansada.
Antes de aceitar completamente, me trouxeram mais leite, e eu vomitei aquele e o anterior, pois meu corpo não estava acostumado á tanta comida ao mesmo tempo.
Os dois jovens chegaram, e o trio me levou á sua casa, o caminho todo eu fui abaixada dentro do carro, tremendo de medo de ser vista, e eles ficaram um pouco assustados comigo, mas, aceitaram me ajudar pelo que percebi. Carol me ajudou no banho, pois eu estava fraca demais e desmaiei umas 3x depois daquele primeiro desmaio. Depois do banho, já vestida, me deram um pouco de pão, que comi bem vagarosamente para não vomitar. Fomos então ao quarto de Carol, onde tinha uma cama linda de casal, e o quarto era em tons de azul, que eu achei lindo. Nunca tinha visto um quarto de verdade, a não ser o o meu tio.
Relutei em me deitar, mas meu corpo estava muito cansado então aceitei. Não consegui dormir, apenas alguns breves cochilos com pesadelos. Foi então que me deram um pouco de água que depois fui saber, tinha calmante junto, aí eu consegui dormir mais que um dia inteiro.
Acordei e já estava com outra roupa e absorvente, eu estava sangrando ainda. Abri os olhos e vi ela ali, deitada ao meu lado, ainda segurando minha mão. Era noite, estava tudo escuro, já deveria ter passado aquele dia, começado e terminado outro e eu ali dormindo, enquanto me caçavam viva ou morta.
E graças ao meu trio de anjos eu continuava viva, só com uma alma morta, mas, ainda assim viva.


4 comentários:

  1. Enfim a vida da alice parece estar tomando um rumo de verdade C: uma perguntinha: ainda tem muitos capítulos por vim? Porque eu acho que vou sentir falta quando acabar ;C
    Bjão :*

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    Respostas
    1. Sim, ela está conseguindo sair daquele pesadelo, 11 capítulos de sofrimento.
      Acho que vou até o capítulo 20 por aí, mas, talvez renda mais, não sei.
      Eu vou sentir muita falta dela se acabar logo.
      Um segredo, era para serem só 5 capítulos e já estamos no 12º.

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  2. Ainda bem alguma coisa boa aconteceu na vida dessa menina!

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  3. Fiquei realmente comovida com esta historia. Ja li dezenas de livros mas nunca li algo tao instigante! Parabens! Continue escrevendo e procure uma editora para publicar. Voce tem muito talento.

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