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terça-feira, setembro 18, 2012

Ação e reação



Capítulo 10 do livro O espelho de Alice B.

18. Setembro. 2000.

Alice iniciou um novo dia, talvez, um dia decisivo em sua via. Ela finalmente havia completado 18 anos e tentaria fugir. Será que ela conseguiu?

Já fazia meses que ela estava planejando finalmente fugir, e aquele era o dia que ela havia decidido. Pois seria dois dias depois de uma festa, e ela estaria mais debilitada. Mas, também era a oportunidade certa, pois, sempre nos dias seguintes ás festas minha vigilância era menor, justamente por ela estar sempre desacordada.
Na sexta foi a tal "festa" e quando saiu de lá, ela havia conseguido ficar relativamente bem, estava viva, muito fraca, mas, os pensamentos a mil, ela precisava fugir. Já tinha aguentado 18 anos naquela vida. E ela sabia que com 18 anos eu tinha menos defesas que antes e eu precisava sair dali logo antes que seu corpo parasse de vez.
Cada dia mais magra e mais focada em desaparecer daquele lugar, antes que ela não conseguisse mais fugir, nem andar ou correr. E ela precisaria correr.
O sábado passou e finalmente chegou o domingo. Ela ainda estava deitada, devia ser umas 2 da manhã quando decidiu sair. Ela estava nua, toda cheia de costuras mal feitas pela noite anterior, mas, ela precisava fugir naquele dia. E assim ela tentou novamente sair daquele mundo nefasto.


Quando finalmente o domingo chegou, eu estava com tanta vontade e determinação em fugir, que superei minhas limitações físicas e a dor terrível que estava sentindo, e me levantei. Consegui me levantar e procurar minhas roupas, coloquei todas em um saco de supermercado e fui em direção á porta. Era de madrugada e todos dormiam, menos eu. Eu sabia que seria muito difícil sair da casa, e que provavelmente seria pega e morta, mas, eu precisava tentar.
Meu corpo estava magro e fraco demais, e talvez, essa fosse minha ultima tentativa antes de morrer pelo baixo peso.
Abri a porta o mais leve que pude e saí. Andei o longo corredor até chegar até o espelho, que escondia a entrada do corredor que levava ao porão, onde eu era feita prisioneira. Empurrei o espelho já esperando que os monstros ouvissem e me batessem até a morte. Eu só queria morrer mesmo, já me sentia uma morta viva naquela situação.
Olhei pelo quarto e o vi deitado, com algumas prostitutas na cama. Eu peguei a mochila de dentro do corredor, e caminhei lentamente e silenciosamente pelo quarto. Cheguei até a sala, e vi no final dela á porta para a rua. Eu estava apenas com um vestidinho surrado e curto, sabia dos riscos que corria ao sair lá fora assim, qualquer um poderia querer se aproveitar de mim, ou eu ser reconhecida pelos amigos dele. Eu esperava somente o pior, se desse certo, seria um lucro.
Quando estava quase abrindo a porta da sala, que dava para minha liberdade, eu ouvi um barulho. Gelei. Quando me virei, vi ele levantando da cama. Não pensei duas vezes. Girei a chave e comecei a correr.
Eu estava fraca e não aguentei correr muito, a casa inteira se iluminou e eu me escondi no jardim da casa vizinha. Assim que vi ele sair da casa, corri até o portão da vizinha, tirei meu vestido e o pendurei ali, e no muro, coloquei a mochila. Preferi fugir nua e sem roupas do que ser encontrada. Corri para o lado oposto.

Corri como se dependesse daquela corrida para continuar viva. E dependia.

4 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAH ela fugiu *-* tô muito ansiosa pra saber o que vai vim daqui pra frente!

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  2. Que bom que ela conseguiu fugir!!! Estou muito ansiosa pra saber a história, não demore muito pra postar por favor rsrs.

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  3. Até que enfim ela tentou alguma coisa! Eu já teria me matada há muito tempo atrás!

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  4. Linda historia, parabens. Vc me surpriende a cada capitulo.

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