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quinta-feira, setembro 15, 2011

Aos críticos, uma crítica!

Sinto muito, mas me deixei levar pelas pressões da turma. Só porque as meninas tinham 20 kilos, e eu 200, eu não deveria ter pensado que ser gorda é ruim, eu deveria achar que as feias eram elas, mas eu me deixei levar e...

Porra, PARA TUDO!

Não é nada disso que aconteceu. E eu realmente não sinto muito, eu sinto tudo que aconteceu, pois aconteceu comigo, e só eu sei o que a minha pessoa sentiu e sente até hoje.
O que sinto quando vejo teus olhos me acusando por ter me transformado em um monstro cheio de ossos a mostra, com várias revistas de dieta na mão, tabela de calorias no bolso e uma insanidade enorme, e ao lado da insanidade, um pensamento suicida muito forte. Ambos morando dentro de minha mente doentia e meu corpo frágil e esquelético.
Você que me lê, não enxerga as lágrimas que saem junto com toda nojeira que ingeri. Sim, tenho nojo da comida, e você tem nojo de mim. Do que me deixei transformar.
A borboleta voltando a ser lagarta. A obra prima retornando ao que era antes, apenas um rascunho. Um rascunho de uma vida que deveria ser normal, e que por tentar ser perfeita se tornou uma quase morte. Uma enfermidade com pus saindo pelas entranhas do ferimento.
Ás vezes venho aqui te criticar, como estou fazendo hoje. Mas, enquanto pensava sobre o que seria esse parágrafo, me veio a idéia que irei escrever na linha seguinte. Então, eu tanto te critico por não me compreender. Por não entender tudo que faço. No entanto eu nunca tentei de mostrar o meu lado da situação.
Nunca te levei comigo a um restaurante, nunca te fiz me ver comer como uma pessoa esfomeada, e depois, delicadamente, esperar 5 minutos e literalmente correr ao banheiro. Sim, na sua frente eu andaria devagar, mas, seria só sair de sua visão, que eu correria, desesperada para me encontrar em um lugar seguro para poder jogar fora toda comida suja que ingeri.
E talvez se eu te mostrasse o quão fraca eu fico após fazer isso, e te mostrasse que eu iria passar o resto do dia sem ingerir nada, para compensar o almoço. Talvez você entendesse meu ódio. Ódio não por tu que me criticas, mas por mim mesma sabe. Por fazer coisas que ninguém aceita nem entende. Não que eu precise de sua aprovação para viver, mas, saiba, que sua critica, quando em conjunto com todas as demais criticas, me é uma motivação para desistir da vida. E não uma motivação para buscar a cura.
A cura não existe. Sei disso. Existe um controle. Mas como irei encontrar esse controle se tudo que conheço são palavras que só mostram que estou certa. Sou louca por ir por um caminho que poucos escolhem. Louca por estragar meu corpo, e eu juro que faço isso achando, aliás, confiando cegamente que irei chegar á perfeição.
Perfeição de merda que nunca irá acontecer. Pois não existe. Só em meus delírios anoréxicos. Delírios de uma mente que se deixou enfraquecer. De uma garota que adquiriu uma doença, e quando recebeu o diagnóstico, disse: Foda-se! Sem se tocar que a única a ser fodida seria ela mesma.
Cortem as cabeças! Eu diria aos incompetentes. Mas, e quando a maior deles for eu mesma? O que faço? Suicidar-me? É, talvez, comprovando que sou fraca, apesar de conseguir ficar semanas sem comer, agüentar dores inimagináveis por você, a fraca sou eu.
Estranho isso, mas, tudo é estranho em minha vida. Ou seria em minha caminhada pela morte? Enfim, minha última será a de que algum dia, espero olhar em teus olhos, e enxergar dentro deles tudo que os meus te mostram. Saberei que fui compreendida.
Embora isso não importará mais, pois estarei morta, apesar de meu coração ainda bater e meus olhos ainda conseguirem ver. Quando a alma morre, é um pulo para o corpo vir a padecer.

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